A poesia como veículo de expressão da Liberdade


A revolução dos cravos

No dia 25 de abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas protagonizou uma ação militar que libertou Portugal de 48 anos de ditadura fascista.
Ainda em plena ditadura do Estado Novo e lutando contra as condições adversas, muitos foram os que se opuseram tenazmente ao regime, o qual, através da censura da estrutura repressiva assente na PID/DGS, procurava silenciar as vozes críticas.
Neste contexto, a poesia alimentou os cantores de intervenção que nunca se conformaram com as amarras da ditadura, usando a palavra como elemento de contestação cuja mensagem viria a ser coroada na "Revolução dos Cravos".



A Rapariga do País de Abril


Habito o sol dentro de ti
descubro a terra aprendo o mar
rio acima rio abaixo vou remando
por esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiro
apascento meus sonhos iço as velas
sobre o teu corpo que de certo modo
é um país marítimo com árvores no meio.

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.
Guitarra e fruta. Melodia.
A mesma melodia destas noites
enlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristeza
cantava adivinhando-te cantava
quando o País de Abril se vestia de ti
e eu perguntava atónito quem eras.

Por ti cheguei ao longe aqui tão perto
e vi um chão puro: algarves de ternura.
Quando vieste tudo ficou certo
e achei achando-te o País de Abril.

Manuel Alegre

Link para acedera uma coletânea de poemas relacionados com o tema:
https://www.cm-paredes.pt/pages/1059?news_id=1199 

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